COMBATENTES e LIGA, SEM
CONSENSOS – a debater
1 – “Conservação das Memórias”,
para quem? - Com que finalidade e a título de quê, em terras onde houve todo o
tipo de hostilidades e existem, ainda, muitas mágoas?
A política definida e seguida
pela Direcção da Liga dos Combatentes, para os Combatentes mortos e abandonados
nas antigas terras ultramarinas, não respeita a vontade da esmagadora maioria
dos Antigos Combatentes. Tal desprezo pelos valores e sentimentos fraternais
dos Antigos Combatentes é uma inadmissível e intolerável afronta a todos quantos
viram os seus camaradas de armas morrer ao serviço da Pátria, muitas vezes, em
condições extremas de sobrevivência à tragédia das emboscadas e das minas que
os afectaram para o resto das suas vidas.
Nos Convívios que se realizam por
todo o país, os mortos “que ficaram para trás” são lembrados com um misto de
pesar, mas, também, com um certo azedume e revolta por terem ficado esquecidos
em terras longínquas. Por isso, os Antigos Combatentes das guerras ultramarinas
não mandataram a Liga dos Combatentes e afirmam-se contra tais políticas e
acções de profanação das campas, apenas, para mudar de um local para outro,
sempre em território estrangeiro, quando é um dever patriótico, prático e
seguro resgatá-los para as terras de origem, berço dos seus ancestrais. Só uma
entidade opaca, antidemocrática e, até, antipatriótica, desrespeita, assim, a vontade
daqueles que sofrerem os efeitos da guerra.
2 – Abusos da Liga dos
Combatentes - Perante os abusos de autoridade, gastos de avultadas quantias em
deslocações aos antigos territórios ultramarinos e manifesto desprezo pelos
verdadeiros interesses dos Antigos Combatentes, é urgente constituir uma
Comissão de Auditoria à Liga dos Combatentes, para saber quem, como e quando se
efectuaram tais deslocações, pormenores dos resultados, quanto dinheiro foi
gasto e a sua origem. Até haver conclusões, a Direcção da Liga poderá gerir,
apenas, as situações da vida corrente das suas delegações, lares e apoios em
curso.
Se for caso disso, serão
denunciadas publicamente todas as situações de funcionamento inadequado e
deficiente gestão conhecidas, bem como, serão intentados processos judiciais
junto das instituições portuguesas e europeias, além das convenientes
providências cautelares.
3 – Processos de despistagem da
doença pelo “stress-pós-traumático”. Porque demoram mais de dez anos? Porque
não avançam em tempo útil, antes que os pacientes morram? Com a pujança da sua
estrutura, meios financeiros e logísticas, o que tem feito a Liga dos
Combatentes para minorar os problemas dos Antigos Combatentes que carecem de
apoio nas suas fragilidades físicas e mentais, nas engrenagens da máquina
burocrática e das más vontades?
Da experiência de outros países,
tal como a Associação Psiquiátrica Americana, sabe-se que os traumas de guerra
trazem consigo um rol de problemas físicos e metais que não podem ser
descurados. Os convívios podem servir de terapia para muitos dos Antigos
Combatentes, mas, em certos casos, podem ser penosos e criar ansiedade depressiva.
As equipas médicas devem ser compostas por psiquiatras, psicólogos, sociólogos
e médicos bem habilitados para lidar com estas situações, devendo ser
acelerados todos os processos já concluídos com detecção da doença SPT. Afastar
os burocratas deste caminho do reconhecimento da doença e do seu desfecho final
é a melhor maneira de resolver os problemas com seriedade e atempadamente.
14 de Dezembro de 2014
A Direcção da Associação do
Movimento Cívico de Antigos Combatentes
https://www.facebook.com/Antigos.Combatentes
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