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15 de dezembro de 2017

A Liga dos Combatentes despreza os VIVOS e desonra os Mortos

 MORTOS EM COMBATE - O SINDROMA DA COBARDIA

Tal como já demonstrámos ao falecido General Lopes Camilo, numa digressão a Pemba (Porto Amélia), lembramos ao Excelentíssimo Senhor General Chito Rodrigues que não vale de nada pagar para pintarem umas tantas pedras desconexas das campas já destruídas se, no essencial, ninguém garante a limpeza periódica e a segurança das sepulturas. São os jornalistas e as autoridades locais que alertam para o tráfego de ossadas em terras de Moçambique. Quanto a Angola, quando nos deslocámos ao antigo Cemitério Novo, corremos sérios riscos de sermos molestados, já que as gentes locais não vêem com bons olhos a visita de portugueses para constatarem a criminosa destruição dos mármores da entrada do Cemitério e das centenas de campas existentes naquele local. Não fora a coragem do taxista que nos acompanhou e teríamos sofrido represálias.
Temos em Portugal um conjunto de responsáveis que um dia responderão pelos gravosos prejuízos causados à Pátria, porque nada fizeram para restituir os mortos aos respectivos familiares e têm desprezado os combatentes que lutam para sararem as mazelas provocadas pela guerra. É mais uma amostragem da sua cobardia e incompetência como chefes. 
Escudados atrás de Instituições de duvidoso interesse, manipulam a opinião pública e os poderes em função dos seus interesses mesquinhos e antipatrióticos, numa campanha indecorosa e triste contra os princípios e valores duma Pátria digna dos seus combatentes mortos e abandonados na lonjura das terras africanas.
È por causa de pessoas deste calibre que a Liga de Combatentes, servil da política dos cobardes do Ministério da Defesa, vai liderando a ideia aberrante da “Conservação das Memórias”, gastando muitas dezenas de milhares de Euros em deslocações e estadias de “veraneio” de pessoas nada interessadas na resolução definitiva da questão dos mortos e abandonados. Sabemos que seria muito mais económico e seguro transladar para Portugal os restos mortais existentes em campas devidamente identificadas, mas percebemos que isso acabaria com as “férias pagas” para um conjunto de pessoas que estão a servir-se dos bens do Estado, numa total afronta e desrespeito dos companheiros de armas dos que morreram em campanha.
As notícias e testemunhos recolhidos nos países onde se encontram esses restos mortais referem duas situações importantes que é urgente tratar: as autoridades locais não garantem qualquer tipo de segurança contra a profanação e destruição das campas e as populações exigem que esses locais lhes sejam restituídos para outras utilizações rentáveis. Por isso, mostram-se colaborantes para ajudar na remoção das ossadas dos nossos “mortos” com destino a Portugal. E, se não houver uma acção urgente nesse sentido, daqui a pouco não haverá nada para resgatar.

Junho de 2011
Movimento Cívico de Antigos Combatentes

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