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14 de dezembro de 2017

Moçambique - Campas dos nossos mortos vandalizadas

Cemitérios Militares em Moçambique

De: Vitor Baião [mailto:vic.cristovam@netcabo.pt]
Enviada: quinta-feira, 12 de Junho de 2008 11:57
Para: geral@ligacombatentes.org.pt
Assunto: CEMITÉRIOS MILITARES EM MOÇAMBIQUE 
Exmos. Senhores 
Abaixo transcrevo notícia de hoje (12/06/2008) publicada no Jornal “Notícias” de Maputo – Moçambique, que muito me preocupa dado o estado de abandono a que se encontram os antigos cemitérios militares portugueses naquele País.

Do Niassa para o Malawi: Combate-se venda de ossos humanos


Maputo, Quinta-Feira, 12 de Junho de 2008; Notícias  
O FENÓMENO de exumação sistemática de ossadas humanas na província do Niassa, para posterior comercialização no vizinho Malawi, está a merecer uma especial atenção das autoridades policiais, que desenvolvem um esforço suplementar com vista ao seu combate. Os fins para os quais os ossos são vendidos ainda continuam um mistério, especulando-se apenas que se destinam a actos de bruxaria. Entretanto, a PRM diz precisar de mais tempo para estancar em definitivo tal prática.
Depois de um período bastante agitado, em que só no ano passado foram registados cinco casos de exumação de corpos e subsequente retirada de ossos, a Polícia afirma ter desenvolvido um trabalho intenso com vista a estancar a situação. Do trabalho feito, segundo José Mahunguele, Comandante da PRM no Niassa, constam campanhas de sensibilização e mobilização da população para não enveredar por estes caminhos.
A acção, de acordo com a nossa fonte, fez com que este ano apenas se registassem dois casos e com dois indivíduos detidos acusados de serem os autores das exumações e consequente venda dos ossos. Apontou que, porque a população está a colaborar para acabar com o fenómeno, outras pessoas foram detidas quando se encontravam na iminência de protagonizar tais actos.
“Os crimes de profanação de jazigos datam de há muitos anos e muitos deles respondem a razões históricas de certas pessoas. Não está muito claro para que fins levam as ossadas, mas, por aquilo que temos vindo a ouvir das pessoas, usam-nas para actos de obscurantismo, pois nunca se vai encontrar uma loja ou cantina a se vender o “produto”. As pessoas retiram com um objectivo pré-concebido e que passa por actos de feitiçaria”, disse.
Mahunguele mostra-se esperançado em que o combate a estas práticas chegue ao fim, e uma das vias que se pretende usar é reunir com a contraparte malawiana, para encontrar bases concretas para o problema.
Apontou que alguns casos reportados ultrapassam a componente criminal, razão pela qual serão solicitados alguns cientistas sociais para ajudarem a corporação a produzir juízos de valor.
“Também achamos melhor envolver os curandeiros, porque são as pessoas que mais estão ligadas a questões de medicamentos tradicionais usados em muitas circunstâncias pelas pessoas que fomentam esta prática”, disse.
Aquele oficial da Polícia explicou que quando as pessoas são encontradas com as ossadas, nunca assumem ser sua pertença, dizendo que pertencem a outras que se dedicam ao assunto e que supostamente se encontram fugitivas. Nesta ordem de ideias, é muito difícil descobrir os propósitos para os quais os ossos são desenterrados.
É minha opinião que a recolha dos restos mortais dos combatentes portugueses que ficaram dispersos naquele antigo estado deve ser uma missão urgente que compete à Nação, para evitar o deslustre e permitir às populações daquele novel País a recuperação dos espaços ocupados pelos antigos cemitérios militares portugueses.
Deverá competir à Liga dos Combatentes dinamizar estas acções e reclamar os meios indispensáveis, (diplomáticos e financeiros) para o efeito o que considero um alto desiderato nacional.
Respeitosos Cumprimentos
Vítor Baião

Sócio Nº 153476

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